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A autora da proposta, deputada Celina Leão (PDT), destacou a luta de diversos povos para manter sua cultura. "Essa Casa pode dar sustentação jurídica para levar adiante essa cultura que é brasileira", afirmou a deputada. Celina disse que na próxima semana será iniciada a elaboração do estatuto da Frente "com a participação das comunidades".
"Somos os primeiros habitantes da terra e ainda não temos direito a terra demarcada", alegou a representante das tribos Cariri-Choco e Tuxa, a cacica Tanoné. Segundo Tanoné, os indígenas estão há quarenta anos lutando na capital do Brasil pelos seus direitos. Ela indagou: "Se os sem-terra quebram tudo e conseguem terra pra eles, por que é que nós não temos a terra demarcada até hoje?".
"Queremos a demarcação da terra", reforçou Francisco Guajajara, presidente da Associação Comunidade Indígena Teko Haw-Setor Noroeste. Ele assegurou que a comunidade indígena não irá trocar, nem vender a terra. O representante da comunidade indígena de Brasília, Francisco de Oliveira Tabajara, comemorou a pesquisa da Codeplan, a qual "provou com dados científicos a presença de vinte etnias no DF". Tabajara elogiou a criação da Frente, que, segundo ele, deverá desenvolver "políticas públicas diferenciadas" para os indígenas do DF.
Já o coordenador de articulação dos direitos indígenas do DF, Sebastião Terena, cobrou mais índios nos parlamentos brasileiros e mais respeito dos governantes. "Aqui os gringos são muito bem tratados, mas nós que somos brasileiros natos somos tratados dessa forma, pior do que cachorro", criticou.
O coordenador de políticas de promoção da igualdade racial do DF, Vitor Nunes Gonçalves, observou que a situação das populações indígenas no Distrito Federal é precária. "No último senso de 2010, 6128 pessoas se autodeclararam índios no DF. É uma população urbana e que é o grupo mais vulnerável e excluído socialmente no DF", acrescentou.
Fonte: CLDF/Franci Moraes e Bruno Sodré - Coordenadoria de Comunicação Social
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