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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Visita técnica à Estrutural aponta ausência do Estado

A presidente da Câmara Legislativa, deputada Celina Leão (PDT), esteve na manhã desta quarta-feira (17), no bairro Santa Luzia da Estrutural, acompanhada dos deputados Ricardo Vale (PT) e Luzia de Paula (PEN), representando respectivamente as Comissões de Direitos Humanos e de Assuntos Sociais.  A visita técnica aconteceu depois que uma menina de 11 anos foi espancada e molestada, a denúncia é de que a criança pode ter sido utilizada como ‘moeda de troca’ para pagar dívidas com traficantes de drogas. A 8º Delegacia de Polícia investiga o caso.

“Faremos um relatório sobre a visita, é uma área irregular que está ali há anos e as providências precisam ser tomadas, as condições são precárias, só não são piores por que voluntários se empenham em resgatar a dignidade daquelas pessoas, especialmente das crianças, que ficam vulneráveis à ausência do Estado, à exemplo da menina de 11 anos que foi brutalmente espancada naquela região”, relatou Celina.

Um dos locais visitados pelos distritais foi a “Casa de Paternidade”, uma associação criada por voluntários, que cuidam de cerca de 200 crianças em situação de risco. São 30 voluntários que atuam sistematicamente no local e 200 em ações pontuais da associação. O local que abriga a “Casa de Paternidade”, já foi palco de violência. Uma mulher foi assassinada na frente da casa onde morava com seus nove filhos. O crime aconteceu há três anos, desde então voluntários passaram a custear um aluguel para esta família e montaram, no lugar onde viviam, a associação.

Sem ajuda do Estado, mas cientes das necessidades urgentes daquela comunidade, voluntários encabeçados pela advogada Thaysa Gonçalves e por Aline Albernaz unem forças para erguer uma creche, segundo elas, que possa dar atenção especial à primeira infância, com uma mudança de mentalidade por meio de um processo pedagógico. “No local falta tudo, as crianças sentem falta, por exemplo, de um banho de chuveiro”, comentaram. Não tem água encanada, nem saneamento básico, o esgoto corre a céu aberto, a energia é na base de gambiarras, as ruas são estreitas impossibilitando a passagem de ônibus ou caminhão do Corpo de Bombeiros, por exemplo, não há escolas, transporte, creches ou posto de saúde, mas sobram crianças, são em média de quatro a cinco por família. 

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