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domingo, 28 de junho de 2015

BOA IDEIA - Grupo da UnB cria poste econômico com garrafas PET e lâmpadas de LED

Objeto custa até R$ 180; 1º exemplar foi instalado em comunidade do Rio. Para estudantes, tecnologia é uma oportunidade de transformar vidas.


Integrantes do projeto "Um litro de luz" com poste aceso em sala iluminada por poste econômico (Foto: Luciana Amaral/G1)
Um grupo de estudantes de engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveu um poste de luz econômico e sustentável que começa a ser testado em comunidades carentes. Um protótipo foi instalado no final de abril na comunidade Vila Beira Mar, no Rio de Janeiro, Nesta sexta-feira (26), o local receberia outros 40 postes com a tecnologia aprimorada.

O modelo funciona com lâmpadas de LED, placa de energia solar, tubos de PVC e uma garrafa PET. A invenção é inspirada em uma lâmpada desenvolvida pelo mecânico mineiro Alfredo Moser em 2002. Na tecnologia de Moser, a lâmpada fica dentro da garrafa, imersa em uma solução de água e alvejante. A mistura contribui para a refração da luz.
O poste custa entre R$ 160 e R$ 180 e foi criado a partir de uma garrafa PET, bateria de chumbo, placa solar, PVC, seis power leds e um circuito
O projeto dos estudantes Pedro González, do quarto semestre, Arthur Carvalho e Isabel Santos, ambos do quinto semestre, eliminou a mistura líquida, e ganhou melhorias. O painel solar e o circuito detectam quando as lâmpadas devem ser desligadas, por exemplo, evitando desperdício.
Os estudantes  fazem parte da empresa júnior Enetec, da UnB, e participam do projeto "Um Litro de Luz Brasil", desenvolvido por uma ONG internacional. O objetivo da entidade é levar energia a pessoas e cO posto desenvolvido pelos estudantes tem 3 metros de altura e custo entre R$ 160 e R$ 180. Além da garrafa PET, placas solares e lâmpadas de LED, o sistema conta ainda com uma bateria de chumbo e um circuito eletrônico. Um poste convencional, de concreto, custa até R$ 3 ml, dependendo do modelo.
Eles foram escolhidos em um processo seletivo interno da Enetec após apresentarem as melhores soluções para resolver o problema de falta ou pouca iluminação em regiões de baixa renda. Ele levaram um mês e meio para desenvolver o protótipo e o modelo final em uso na comunidade carioca comunidades carentes.
Nas ruas, poste recebe cano de PVC de três metros para ficar mais alto. Quando de dia, ele se desliga automaticamente (Foto: Luciana Amaral/G1)
"A pessoa não precisa pagar pela energia, porque a produção não depende da rede elétrica. Também é uma oportunidade de fornecer luz para lugares sem a presença dela", explica o líder do projeto, Pedro González.
Satisfação
Para González, o projeto foi uma oportunidade de desenvolver e aplicar uma tecnologia para melhorar a qualidade de vida de pessoas. "É o motivo pelo qual a gente fez isso. É ótimo saber que uma coisa que você faz vai ter impacto e transformar vidas. Muitos ainda não têm acesso a energia e poder conhecer e mudar essa realidade é único."

Outro benefício apontado pelos estudantes é o conhecimento adquirido por meio do projeto. "Queríamos desenvolver a energia fotovoltáica há algum tempo, entendê-la e conhecer esse sistema. O mais importante é que ele pode ser aplicado em uma infinidade de áreas, como em câmeras de fiscalização de trânsito", diz González.
"Fui dar aula e construir escolas [no Quênia]. Só que as salas eram completamente escuras. Me juntei com uns amigos na mesma situação e pesquisamos no Google literalmente. Fizemos as lâmpadas mais simples e deu supercerto." Vítor Belota, presidente do Um litro de luz no Brasil
O colega Arthur Carvalho afirma que, por meio do "Um litro de luz", pôde aplicar pela primeira vez o que aprendeu em sala. "Foi agora que vi o conteúdo que me foi dado mudando o cotidiano com um produto que ajudei a fazer. A gente se sente útil e fica muito feliz."
Origem
A ideia de aplicar o "Um litro de luz" no Brasil surgiu após o presidente do projeto no país, o brasiliense Vítor Belota, participar de um intercâmbio no Quênia.

"Fui dar aula e construir escolas. Só que as salas eram completamente escuras. [Os estudantes] Não tinham condições direito, não tinham acesso à rede de energia elétrica. Me juntei com uns amigos na mesma situação e pesquisamos no Google, literalmente. Fizemos as lâmpadas mais simples e deu supercerto. Outros diretores vizinhos pediram que fizéssemos mais também. Fizemos cerca de 140 unidades", afirmou.

Ao voltar para o Brasil, Belota quis dar continuidade à ação. "Morava em Florianópolis e tive a ajuda da UFSC [Universidade Federal de Santa Catarina]. Quando me mudei para Brasília, pensei logo na UnB."
A parceria não tem prazo para acabar e deve continuar sendo promovida pela Enetec. "Cria uma capacitação constante para os membros da empresa e eles vão melhorando o projeto em si. Vai crescendo", diz González.
Fonte: DFTV


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