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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Se der Rollemberg, Celina Leão presidirá a Câmara com o aval do Palácio do Buriti

Não foi só a gestão ineficiente de Agnelo Queiroz (PT) que pôs fim a sua reeleição. Muitas pedras atravessaram seu caminho de 2011 até agora. Entre elas destaca-se uma verdadeira pedreira – a deputada distrital reeleita Celina Leão (PDT).
Integrante de uma oposição suprimida dentro da Câmara Legislativa do Distrito Federal – formada apenas por três deputadas –, Celina comeu o pão que o diabo amassou. Os frutos da guerra política travada com os petistas, no entanto, apareceram no último dia 5 de outubro.
De um pouco mais de sete mil votos conquistados em 2010, a pedetista viu a preferência do eleitorado aumentar substancialmente. Passou dos doze mil, um acréscimo de quase 80%.
– É expressivo para uma candidata que não tinha cargos no governo, observa Celina.
Outros frutos ainda podem ser colhidos por ela a partir de 1º de janeiro de 2015. Principalmente se o candidato Rodrigo Rollemberg vencer o segundo turno das eleições no próximo dia 26. Os dois sempre estiveram juntos. Celina mostrou as garras quando o socialista ainda engatinhava no terceiro lugar nas pesquisas, então com oito pontos percentuais. O mesmo não se pode dizer, porém, do seu correligionário, Joe Valle, que apoiou Agnelo.
Por conta disso, Celina é forte candidata a ocupar a cadeira de presidente da Câmara Legislativa. Foi um compromisso assumido por Rollemberg. A Notibras, um influente parlamentar confirmou que a pedetista tem tudo para ocupar a cadeira mais alta daquela Casa.
– Qualquer deputado que for eleito tem essa capacidade. Eu também faço parte desse time. Se for essa missão nos for confiada, não terei medo do desafio. Talvez meu nome seja forte por causa da minha parceria com o Rodrigo desde o início, despista Celina.
As entranhas da gestão de Agnelo foram expostas pela deputada na tribuna da Câmara Legislativa com ecos e benefícios para a sociedade. Um exemplo: Celina impetrou mais de 200 ações na justiça contra o GDF por conta de denúncias de corrupção.
– Diziam que eu era birrenta, briguenna. Cansei de ouvir ‘a Celina brigou muito’. Mas acho que o governo foi muito ruim. Eu só fiz a minha função que era realmente mostrar para a população o que estava acontecendo.
Inúmeras vezes, o plenário da Câmara Legislativa virou um campo de batalha verbal. Os principais contendores, invariavelmente, eram Celina e Chico Vigilante (PT). Os dois protagonizaram discussões acaloradas. Vigilante era praticamente a voz de Agnelo. Como o governador não podia rebater acusações e denúncias de Celina, cabia ao parlamentar da base aliada esse papel.
Celina Leão não descarta ajudar o governo, ocupando algum cargo no Executivo. Mas ressalta as dificuldades que o novo gestor terá pela frente.
– A partir de 2015 o novo governador vai pegar um Estado quebrado. Nós teremos R$ 2,5 bi de déficit. É um desafio muito grande. Vai ser necessário um choque de gestão, diz, embasada em dados, números e informações importantes.
Queira ou não, o certo é que Celina Leão travou uma grande batalha com os petistas durante os últimos quatro anos. Não nos cabe julgar quem venceu. Apenas informar que ela se tornou mais forte na Casa e o PT saiu desnutrido das eleições. O resto caberá às articulações do Buriti. E da própria Celina.
Fonte: Notibras - Elton Santos

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