Objeto custa até R$ 180; 1º exemplar foi instalado em comunidade do Rio. Para estudantes, tecnologia é uma oportunidade de transformar vidas.
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Integrantes do projeto "Um litro de luz" com poste aceso em sala iluminada por poste econômico (Foto: Luciana Amaral/G1) |
Um grupo de estudantes de engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveu um poste de luz econômico e sustentável que começa a ser testado em comunidades carentes. Um protótipo foi instalado no final de abril na comunidade Vila Beira Mar, no Rio de Janeiro, Nesta sexta-feira (26), o local receberia outros 40 postes com a tecnologia aprimorada.
O modelo funciona com lâmpadas de LED, placa de energia solar, tubos de PVC e uma garrafa PET. A invenção é inspirada em uma lâmpada desenvolvida pelo mecânico mineiro Alfredo Moser em 2002. Na tecnologia de Moser, a lâmpada fica dentro da garrafa, imersa em uma solução de água e alvejante. A mistura contribui para a refração da luz.
O poste custa entre R$ 160 e R$ 180 e foi criado a partir de uma garrafa PET, bateria de chumbo, placa solar, PVC, seis power leds e um circuito
O projeto dos estudantes Pedro González, do quarto semestre, Arthur Carvalho e Isabel Santos, ambos do quinto semestre, eliminou a mistura líquida, e ganhou melhorias. O painel solar e o circuito detectam quando as lâmpadas devem ser desligadas, por exemplo, evitando desperdício.
Os estudantes fazem parte da empresa júnior Enetec, da UnB, e participam do projeto "Um Litro de Luz Brasil", desenvolvido por uma ONG internacional. O objetivo da entidade é levar energia a pessoas e cO posto desenvolvido pelos estudantes tem 3 metros de altura e custo entre R$ 160 e R$ 180. Além da garrafa PET, placas solares e lâmpadas de LED, o sistema conta ainda com uma bateria de chumbo e um circuito eletrônico. Um poste convencional, de concreto, custa até R$ 3 ml, dependendo do modelo.
Eles foram escolhidos em um processo seletivo interno da Enetec após apresentarem as melhores soluções para resolver o problema de falta ou pouca iluminação em regiões de baixa renda. Ele levaram um mês e meio para desenvolver o protótipo e o modelo final em uso na comunidade carioca comunidades carentes.
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Nas ruas, poste recebe cano de PVC de três metros para ficar mais alto. Quando de dia, ele se desliga automaticamente (Foto: Luciana Amaral/G1) "A pessoa não precisa pagar pela energia, porque a produção não depende da rede elétrica. Também é uma oportunidade de fornecer luz para lugares sem a presença dela", explica o líder do projeto, Pedro González. Satisfação Para González, o projeto foi uma oportunidade de desenvolver e aplicar uma tecnologia para melhorar a qualidade de vida de pessoas. "É o motivo pelo qual a gente fez isso. É ótimo saber que uma coisa que você faz vai ter impacto e transformar vidas. Muitos ainda não têm acesso a energia e poder conhecer e mudar essa realidade é único." Outro benefício apontado pelos estudantes é o conhecimento adquirido por meio do projeto. "Queríamos desenvolver a energia fotovoltáica há algum tempo, entendê-la e conhecer esse sistema. O mais importante é que ele pode ser aplicado em uma infinidade de áreas, como em câmeras de fiscalização de trânsito", diz González. "Fui dar aula e construir escolas [no Quênia]. Só que as salas eram completamente escuras. Me juntei com uns amigos na mesma situação e pesquisamos no Google literalmente. Fizemos as lâmpadas mais simples e deu supercerto." Vítor Belota, presidente do Um litro de luz no Brasil O colega Arthur Carvalho afirma que, por meio do "Um litro de luz", pôde aplicar pela primeira vez o que aprendeu em sala. "Foi agora que vi o conteúdo que me foi dado mudando o cotidiano com um produto que ajudei a fazer. A gente se sente útil e fica muito feliz." Origem A ideia de aplicar o "Um litro de luz" no Brasil surgiu após o presidente do projeto no país, o brasiliense Vítor Belota, participar de um intercâmbio no Quênia. "Fui dar aula e construir escolas. Só que as salas eram completamente escuras. [Os estudantes] Não tinham condições direito, não tinham acesso à rede de energia elétrica. Me juntei com uns amigos na mesma situação e pesquisamos no Google, literalmente. Fizemos as lâmpadas mais simples e deu supercerto. Outros diretores vizinhos pediram que fizéssemos mais também. Fizemos cerca de 140 unidades", afirmou. Ao voltar para o Brasil, Belota quis dar continuidade à ação. "Morava em Florianópolis e tive a ajuda da UFSC [Universidade Federal de Santa Catarina]. Quando me mudei para Brasília, pensei logo na UnB." A parceria não tem prazo para acabar e deve continuar sendo promovida pela Enetec. "Cria uma capacitação constante para os membros da empresa e eles vão melhorando o projeto em si. Vai crescendo", diz González. Fonte: DFTV |
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